quarta-feira, 25 de junho de 2014

A Terapia do Esporro

Eu só queria comprar meu tarja preta, com receita médica, dentro da legalidade, tudo certinho. 
Entro na farmácia com minha irmã. Apresento a receita ao atendente, que pede autorização da farmacêutica. Ele vem e me entrega uma caixa do remédio.

- Mas na receita tem escrito duas caixas - reclamo, começando a sair da casinha.
O rapaz olha pra farmacêutica como quem diz "eu não tenho nada com isso". Ela, com uma cara de bunda, diz que não entendeu a letra da médica (no caso, o número) e que por isso só liberava uma caixa.
- Mas são duas caixas, ela costuma fazer assim pra eu não ter que consultar todo mês.
- Como é que eu vou saber? - diz ela com ironia, abusando do seu pequeno poder.
- Liga pra médica e pergunta, tá duvidando de mim? - retruquei, já emputecida com a má vontade da mulher de branco.
- Eu não entendi como duas - insistiu, deixando claro que não daria o braço a torcer. 

- Então você é analfabeta - (boa, Virgínia), diz minha irmã entrando na briga.
A essa altura meu sangue fervia. Mostrei pra ela que não se deve contrariar quem usa tarja preta:
- Vá à merda, sua estúpida! Ainda não tomei meu remédio hoje, e você acaba de perder uma cliente que faz uso de remédios caros e #@&#%$( - eu falava bem alto pra farmácia inteira saber quem era a doida ali. Só me arrependi de não ter mandado a vaca tomar no cu.


Quão libertador é o palavrão, Senhor!

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