sexta-feira, 13 de maio de 2016

quinta-feira, 12 de maio de 2016

de/sampa/ros
nem canalha nem cavalheiro. low profile. uma bela mulher nua deitada ao seu lado espera que se cumpra a promessa do gozo. no deezer, ele ouve suas músicas prediletas. satisfeito, vira pro outro lado da cama e dorme como um anjo bêbado. passiva, ela puxa o cobertor, tremendo de frio. lágrimas mornas no travesseiro. o mundo roda só. sóbrio também.
*

o cardiologista explicou o gráfico. de acordo com os exames, não havia nada no coração. graças a deus. estava vazio, vazio.


a quem não sabe beleza na margarida, não ofereça gérbera. nem explique poesia a quem não consegue prosa. gentileza nem sempre gera. quem me dera uma rosa uma rosa uma rosa...
Dizia que poeta bom devia ser infeliz para fazer poemas como Drummond
A qualquer preço, abraços. Confraternização. Engoliram sapos a seco e acordaram em congelar as brigas para depois da ceia de Natal. A qualquer custo, silêncios. Quem sabe esticar a corda até depois do Réveillon. Superstição. A qualquer tostão, sorrisos. Quiçá no Carnaval as máscaras caiam bem.
"Mulher bukowskiana". Leu isso em algum banheiro de bar, passou a chamá-la assim.
À fina luz de uma vela, bailaram suas diferenças no mesmo compasso. Ele - curiosa armadilha - quis saber a idade dela. Erro crasso. Veio à tona o pó debaixo da cama, a água fria do chuveiro, o barulho da pia. A insônia, o nó cego, o embaraço. Acabou-se a maravilha

e toda perda aperta no fundo
porque amamos com chaves de fenda


ela 
cismou que era cisne no olhar dele. lago singular. não demorou que um dia, procurou-se em sua retina. afogou. ali dançavam rios de bailarinas.